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Agricultura Sustentável

      

A agricultura sustentável prossegue três objetivos principais da agricultura como um todo: a conservação do meio ambiente, unidades agrícolas lucrativas, e a criação de comunidades agrícolas prósperas. Estes objetivos têm sido definidos de acordo com diversas filosofias, práticas e políticas, tanto sob o ponto de vista do agricultor como do consumidor.

 

Refere-se, portanto, à capacidade que uma determinada unidade agrícola (ou, numa perspectiva global, o próprio planeta) tem de continuar a produzir, numa sucessão sem fim, com um mínimo de aquisições do exterior. As plantas cultivadas dependem dos sais minerais presentes no solo e na água, do ar e da luz do sol como recursos para produzir o seu próprio alimento, através da fotossíntese. Esse alimento (o amido, e não só) é também a base da alimentação humana. Quando é feita a colheita, o agricultor está a recolher aquilo que foi permitido à planta produzir com os recursos que tinha à sua disposição. Recursos esses que têm de ser repostos para que o ciclo de produção continue.

 

Caso contrário, existe a sua exaustão e a terra torna-se estéril. Ainda que a luz do sol, o ar e a chuva estejam, praticamente, disponíveis na maior parte das localizações geográficas do planeta, os nutrientes presentes no solo são facilmente exauríveis. Resíduos das plantas cultivadas, o azoto fixado por bactérias que vivem em simbiose na raiz de algumas leguminosas, ou o estrume dos animais criados nas unidades agrícolas consideradas são alguns dos meios possíveis para repor os sais minerais necessários ao desenvolvimento de novas colheitas.

 

 

O próprio trabalho agrícola, executado pelo ser humano, de forma autónoma ou com a ajuda da tração animal deve ser contabilizado nesta perspectiva de "reciclagem" energética, já que se pode supor que estes se podem alimentar exclusivamente do que é produzido na unidade agrícola. A aquisição de produtos ou serviços exteriores à unidade agrícola, como fertilizantes para as plantas ou combustível fóssil para máquinas reduz a sustentabilidade, já que torna a comunidade dependente de recursos não-renováveis e pode incorrer em externalidade negativa. Quanto maior for a autonomia da unidade agrícola, ao não necessitar de aquisições exteriores no sentido de manter os mesmos níveis de produção, maior será o nível de sustentabilidade.

Fruticultura Brasileira Sustentável

Com melhoramento genético, tecnificação e melhores técnicas agronômicas, a fruticultura brasileira se apresenta como um segmento socioeconômico e ambientalmente sustentável.

A fruticultura brasileira sob o enfoque socioeconômico é uma atividade essencialmente sustentável, pois está fundamentada em pequenas e médias propriedades e demanda grande quantidade de mão de obra. Além disso, o setor proporciona emprego e renda em regiões caracterizadas há alguns anos pela pobreza e seca e que atualmente com implementação de sistemas de irrigação, grandes empresas do setor e pequenos produtores podem cultivar frutas de qualidade o ano todo.

 

Com o uso cada vez mais constante de técnicas agronômicas eficientes e equipamentos modernos, a fruticultura brasileira aumenta sua produtividade em área cada vez menor ao longo dos anos (Figura 1), garantindo assim maior preservação ambiental, pois não ocupa novas áreas evitando desmatamento e cumprindo com seu papel com a legislação ambiental.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Analisando a produção brasileira de frutas no período de 1997 a 2012, constatamos uma redução de 9% na área cultivada, sendo cultivados 2,3 milhões de hectares em 1997 reduzindo para 2,1 milhões de hectares em 2012 (dados mais recentes do IBGE). Por outro lado, o Brasil aumentou sua produção em 31% no período, passando de 32 milhões para 42 milhões de toneladas.

 

Com relação às frutas que mais aumentaram sua produção no período em análise, merecem destaque o melão com crescimento de 159%, a manga cresceu 73% e a uva com acréscimo de 70%.

 

Outro fator determinante para a sustentabilidade da fruticultura brasileira é a adesão dos produtores e agroindústrias a sistemas de gestão baseados em Boas Práticas Agrícolas (BPA’s) e ou Boas Práticas de Fabricação (BPF’s), cujos protocolos permitem a obtenção de certificações atestando garantias ao consumidor de que a produção respeita as normas de preservação do meio ambiente, produtos finais inócuos, respeito à legislação e condições de trabalho justo e seguro. A rastreabilidade também é garantida com este sistema, pois há um controle rígido sobre cada área de produção.

 

 

por Cloves Ribeiro Neto

Gerente de Inteligência de Mercado

Instituto Brasileiro de Frutas – IBRAF

 

Fonte: IBGE/Elaboração IBRAF

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